sexta-feira, 1 de maio de 2009

Arronches – memórias do 1º de Maio

As grandes celebrações do dia 1º de Maio privilegiam de forma bem vincada o Mundo do Trabalho, avivando a memória de acontecimentos que se deseja não caiam no esquecimento.

1886 – Nos Estados Unidos da América, tem início uma Greve Geral, cujas consequências determinarão a criação do Dia do Trabalhador.

1890 – O Dia do Trabalhador é comemorado, em Portugal (em Lisboa), pela 1.ª vez.

Em Arronches nos primeiros anos da proclamação da Republica o 1º de Maio passou a ser comemorado com diferentes iniciativas populares que incluíam Cortejos, Homenagens e Bandas de Música., como podemos verificar pela informação publicada na imprensa regional de 1912.


Com a chegada do Estado Novo passou a ser proibido comemorar o 1º de Maio, só a partir de Maio de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril) é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro de Maio e este passou a ser feriado. Durante a ditadura do Estado Novo, a comemoração deste dia era reprimida pela polícia. O Dia Mundial dos Trabalhadores é comemorado por todo o país, sobretudo com manifestações, comícios e festas de carácter reivindicativo, promovidas pela central sindical CGTP-Intersindical (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical) nas principais cidades de Lisboa e Porto, assim como pela central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores).

3 comentários:

  1. Obrigada por mais essa lição de história.
    Agradecia informação quanto a essa documentação de 1912 que usou para ilustrar esta notícia está disponível para consulta na biblioteca municipal de Arronches?

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  2. Muito obrigado pelas pistas que me deixou!
    Arronches foi terra de grandes Propagandistas Liberais.
    Luís Alves - Coimbra

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  3. Nunca tinha ouvido falar do propagandista José Gonçalves de Moraes, vou pesquisar, já agora para quem não conhece fica a informação do grande alentejano Gonçalves Correia, que foi considerado um dos anarquistas mais importantes no confronto diário contra a ditadura...
    Gonçalves Correia foi alvo de um livro "A Revolução é Minha Namorada", em que se conta a vida de um revolucionário e anarquista alentejano.
    Este sofreu a bom sofrer nesses tempos nas mãos da PIDE e na mão da ditadura.
    Por vezes sem culpa, outras com culpa certa, Gonçalves Correia foi um alentejano que tentou por tudo quebrar a ditadura que se prolongava já há alguns anos. Este foi preso, solto, preso outra vez e solto vezes sem fim.
    Como se comprova num documento que está publicado no livro: "Vive em Beja. É um comunista perigoso, sendo considerado em todo o Alentejo, como organizador e orientador de todos os movimentos de carácter social. - Já esteve preso, por estar implicado nos tumultos sangrentos de 1918, em Beja. Sendo posto à disposição da 4ª divisão do Exército. ( Doctº 133F). É administrador do concelho maximalista, em Beja. (Doc. 285 F.16. 8.920). Em 02/12/1932."
    Enfim, homem importante para um Alentejo que por vezes se pensava estar perdido e sem alma.

    Rosa Brito / Serpa

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