terça-feira, 21 de julho de 2015

Os Bisontes que já pastam na Extremadura e as búfalas que nunca chegaram ao Alentejo



Quem viaja pelo norte da Extremadura espanhola, perto de Malpartida de Plasencia, não deixa de se surpreender ao avistar bisontes a pastar livremente nos montados de azinho, e não se trata confusão, são mesmo bisontes aqui inseridos num projeto “agro-ganadero”,  iniciado no passado 5 de julho, por parte dos proprietários da "Finca Campillito".

O bisonte europeu, Bonasus linnaeus, é o maior herbívoro do continente europeu. Trata-se de uma espécie classificada como “Vulnerável” na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da UICN, estatuto que adquiriu em 2008 quando a classificação de “Em Perigo” foi revista.

A espécie esteve no passado presente historicamente no Cáucaso, Sudeste, Centro e Oeste do continente Europeu, inclusive na Península Ibérica. No entanto, como consequência da sobrecaça o bisonte europeu extinguiu-se localmente na Ibéria no século XI, tendo persistido no Centro e Este da Europa até que, em 1919 e 1927, com  as duas últimas populações silvestres foram dizimadas.

Mas deste há alguns dias, os montados da vizinha Extremadura já albergam os bisontes, nove exemplares, dois machos e sete fêmeas, a ideia de os trazer até ao sul da península foi do agricultor Marco António Rodríguez e Bárbara Rodríguez, que no decorrer de uma viagem à suíça comtemplaram estes animais a pastar numa planície “ Ficamos surpreendidos e gostamos dos animais e decidimos contatar com agricultores da Polónia para  importarmos alguns bisontes desse país, o que acabaria por acontecer e "já aqui os temos", referiu Marco António.

A nova vida dos bisontes nas planícies Extremeñas, decorre tranquilamente, de manhã o primeiro que fazem é “ir beber água”, para depois passar “todo o dia”, deitados ao sol até irem comer, o que acontece ao final da tarde, “demonstrando que não têm problemas com o seu novo habitat, estando a aclimatar-se relativamente bem”, comenta o proprietário.

A finalidade da introdução deste animal dos quais apenas restam 2.000 exemplares em todo o mundo, na Extremadura, não é outra que “O estudo da sua adaptação aos montados, da região, deforma a vermos o que comem e o que fazem”, assim como comprovar os benefícios que podem trazer aos campos, com o seu contributo na redução da vegetação natural evitando dessa forma o risco de grandes incêndios criando corta fogos.

Ainda segundo os proprietários esperam desta forma contribuir para que esta espécie, em perigo de extinção não desapareça da Europa. 

As búfalas que nunca chegaram mas que ainda são procuradas

No ano de 2010, Arronches recebeu com expectativa a notícia de um projeto semelhante com a criação de búfalas, em habitat natural na herdade (Alto dos Eucaliptos), como noticiava o jornal Alto Alentejo na sua edição, nº 183 de 16 de Junho, num projeto pioneiro no Alentejo, com abertura de uma exploração para criação de búfalas em Arronches.

 Algo “inédito” em Portugal, que à partida tinha previsto criar, 10 postos de trabalho, num investimento que rondava 1,5 milhões de euros. Contando o mesmo com 60 búfalas, estábulos para os animais, um infantário para os mais pequenos e, num espaço adjacente à ordenha mecânica a instalações para a produção do queijo mozzarella”, com a importação destes animais da Itália.

Um projeto que não passou do papel dado não ter tido o parecer favorável do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) , mas na altura com grande  divulgação mediática na empresa, fato que ainda hoje traz até Arronches, algumas famílias com o intuito de visitarem a “Granja de Búfalas”, que nunca chegou a existir.

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